(Foto: celine)
"(...) No comboio vinha a pensar em como seria bom seria bom se houvesse algum sítio onde pudéssemos mandar limpar e restaurar a cabeça. Cortá-la - bem, talvez isso fosse um bocado violento. Apenas separá-la do corpo e entregá-la num hospital universitário, como se fosse uma trouxa de roupa suja. "Trate-me disto, por favor", diríamos. E a restante parte de nós passaria calmamente três ou quatro dias ou uma semana a dormir enquanto o hospital tratava de fazer uma limpeza à nossa cabeça e deitar fora o lixo. Sem voltas na cama nem sonhos. (...)"
(Yasunari Kawata, O Som da Montanha)