(Foto e edição: celine)
"O SOM DO VINHO
O som que envazo do vazo do vinho que bebo,
O vinho que bebo ao teu som,
O vinho que é vinho e bate assim sedento... de tão bom.
O vinho que é a música do mundo quando toca um brando rubor verde,
O vinho que é minha música quando toca mais pesada,
Que é [tinto] e é pedra da calçada.
E é som e é verso,
É uma estrofe de garganta desafinada,
Quando é demais é loucura infamada...
E ainda assim... eu bebo,
Sorvo,
Cheiro,
Gargarejo,
Bebo mais e toco-me para ver realmente se me vejo,
Se me sinto
Se me amo
Se me bebo
Se me nasço
Se me cresço
Se me percebo.
E,
Assim sem mais nem menos... acaba como os demais
Acaba porque não me encheste mais a vida
Acaba porque não me encheste mais o verbo difamado
Acaba porque é bom é curto é som...
... É Fado."
(Guilherme Rebelo in Do Mosto à Palavra, pãg. 93-94)
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