domingo, 26 de novembro de 2023
sábado, 25 de novembro de 2023
sexta-feira, 24 de novembro de 2023
domingo, 19 de novembro de 2023
sexta-feira, 17 de novembro de 2023
(Foto: celine)
"Há um caminho marítimo no meu gostar de ti.
Há um porto por achar no verbo amar
há um demandar um longe que é aqui.
E o meu gostar de ti é este mar.
Há um Duarte Pacheco em eu gostar
de ti. Há um saber pela experiência
o que em muitos é só um efabular.
Que de naugrágios é feita esta ciência
que é eu gostar de ti como um buscar
as índias que afinal eram aqui.
Ai terras de Aquém-Mar (a-quem-amar)
naus a voltar no meu gostar de ti:
levai-me ao velho pinho do meu lar
eu o vi longe e nele me perdi."
(Manuel Alegre, "Amor de Fixação")
domingo, 12 de novembro de 2023
sábado, 11 de novembro de 2023
sexta-feira, 10 de novembro de 2023
domingo, 5 de novembro de 2023
"ESQUECIMENTO. Na paisagem, as árvores torturadas, apontam ramos transviados ao céu branco. Memórias de árvores, folhas esquecidas, flores que não despontam. Como nada se destaca, a paisagem é nómada, contra um horizonte de memórias estagnadas. A paisagem move-se, segue o ritmo inquieto do nosso olhar, é só paisagem em nós, quando nos movemos. É feita de reminiscências, sonhos imprecisos, fantasias confusas e inexplicáveis, Já passámos por aqui, já andámos de lá para cá, e voltamos a pisar os trilhos da nossa inocência. Pedaços de madeira calcinada, fumarolas adivinhadas, sinais de vida onde a vida não passou. Terra onde tudo aconteceu antes, terra onde nada acontece nunca mais. Terra sem paz."
(António Mega Ferreira in Silêncio)
sábado, 4 de novembro de 2023
(Fotos: celine)
"(...) Enquanto falamos, observo-os. Têm o habitual ar tranquilo e descontraído dos tantos viandantes que percorrem a pé as imensas solidões africanas. Observo os instrumentos. São os tantãs costumeiros, ou tambores de madeira e de couro, cilíndricos, de vários tamanhos, que se tocam com as palmas das mãos; além disso, trazem o balafon, uma espécie de xilofone que se toca com os marteletes.
(...) Os tambores e o balafon estão a experimentar os seus sons; casualmente, baixo os olhos: os pés das crianças perto de mim, ao som dos harpejos, já estão em movimento, ensaiando passos de dança, com um automatismo atávico que traz à lembrança as experiências de Pavolv com os cães."
(Alberto Moravia in Cartas do Sahara)
sexta-feira, 3 de novembro de 2023
(Foto: celine)
"As casas são as pedras
por onde o vento canta
histórias antigas. Vidas sem fim.
As pedras são as casas
cortadas pelo tempo
Um canto breve. Por um amor.
E não te ter... Amor sem fim... É não viver... Procuro o mar...
O verso de um momento
segredo de um poema
um sonho negro. Entre a dor.
No meio de um livro
memória de outro tempo
alma tão triste. Espero por ti.
E não te ter... Amor sem fim... É não viver... Procuro o mar..."
(João Francisco Vilhena in Silêncio, coordenação António Mega Ferreira)
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