Anoiteceu na minha cabeça.
Só a luz artificial da noite é que ilumina o meu rosto. Mas à volta é tudo escuro como breu.
A minha alma deambula pelas vielas tortuosas e escuras do pensamento.
Calcorreia as esquinas da vida e espreita para os bairros da sina, com fome e com sede de cor e de som - e de luz!
Mas vai-se perdendo por ruas de ânsias; por travessas de angústia; por avenidas de frustração...
... e acaba acossada num beco grafitado de desilusão.
Lá está ela, a minha alma! Acocorada, na parede sem saída do seu desatino; está à espera do feitiço da lua ou da magia do sol...
Ou à espera que, simplesmente, se abra um buraco na parede para onde se esforriquem os seus desenganos.
(é sempre noite, na minha cabeça...)
O Poeta disse: «use o poema para elaborar uma estratégia de sobrevivência no mapa da sua vida».
Coitada da minha alma! Destrambelhou-se toda logo aqui, no mapa!
................................................................................................................
E continua a ser noite na minha cabeça.
Sem comentários:
Enviar um comentário