sexta-feira, 29 de janeiro de 2016



 
 
 
Anoiteceu na minha cabeça.
 
Só a luz artificial da noite é que ilumina o meu rosto. Mas à volta é tudo escuro como breu.
 
A minha alma deambula pelas vielas tortuosas e escuras do pensamento.
Calcorreia as esquinas da vida e espreita para os bairros da sina, com fome e com sede de cor e de som - e de luz!
Mas vai-se perdendo por ruas de ânsias; por travessas de angústia; por avenidas de frustração...
 
... e acaba acossada num beco grafitado de desilusão.
 
Lá está ela, a minha alma! Acocorada, na parede sem saída do seu desatino; está à espera do feitiço da lua ou da magia do sol...
Ou à espera que, simplesmente, se abra um buraco na parede para onde se esforriquem os seus desenganos.
 
(é sempre noite, na minha cabeça...)
 
O Poeta disse: «use o poema para elaborar uma estratégia de sobrevivência no mapa da sua vida».
 
Coitada da minha alma! Destrambelhou-se toda logo aqui, no mapa! 
 
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E continua a ser noite na minha cabeça.

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