segunda-feira, 28 de março de 2016

 
 
 
Tríptico ou a Modernidade de Neptuno
(Foto: celine)
 
 
 
- «Príncipe, que de juro senhoreias,
De um Pólo ao outro Pólo, o mar irado,
Tu, que as gentes da Terra toda enfreias,
Que não passem o termo limitado;
E tu, Padre Oceano, que rodeias
O mundo universal e o tens cercado,
E com justo decreto assi permites
Que dentro vivam só de seus limites; 
 
«E vós, Deuses do mar, que não sofreis
Injúria algua em vosso Reino grande,
Que com castigo igual vos não vingueis
De quem quer que por ele corra e ande:
Que descuido foi este em que viveis?
Quem pode ser que tanto vos abrande
Os peitos, com razão endurecidos
Contra os humanos, fracos e atrevidos? 
 
«Vistes que, com grandíssima ousadia,
Foram já cometer o Céu supremo;
Vistes aquela insana fantasia
De tentarem o mar com vela e remo;
Vistes, e ainda vemos cada dia
Soberbas e insolências tais, que temo
Que do Mar e do Céu, em poucos anos,
Venham Deuses a ser, e nós humanos.»
 
(Os Lusíadas, Canto VI, 27-28-29)
 
 
 
 
 
 


 



segunda-feira, 21 de março de 2016

 

(Foto: celine)
 
 
"A Crazed Girl
 
That crazed girl improvising her music,
Her poetry, dancing upon the shore,
her soul indivision from itself
Climbing, falling she knew not where,
Hiding amid the cargo of a steamship,
Her knee-cap broken, that girl I declare
A beautiful lofty thing, or a thing
Heroically lost, heroically found.
 
No matter what disaster occurred
She stood in desperate music wound,
Wound, wound, and she made in her triumph
Where the bales and the baskets lay
No common intelligible sound
But sang, 'O sea-starved, hungry sea'."
 
(W. B. Yeats)


domingo, 13 de março de 2016

LOUCA         :      :         :    
      ;  ;                     
                :  ;           
   CONVERSA                ,  ,
              ,        ,  ,        ,
                :      :       
           CORPO  .  .           
  .    .        .    .    .    .      .  
        .    .      .    .  .  .       
.  .    .        .  .  .            .  POETA

domingo, 6 de março de 2016




(dead underwater - autor desconhecido)

Não sirvo nada, nem a mim própria nem aos outros, se não puder ter a liberdade de escolher ser quem realmente quero ser.

sábado, 5 de março de 2016

(Foto: celine)



RomA regressa a casa.
Regressa sempre à mesma hora e no mesmo roncear do motor da vida sem surpresas.
Eu enxergo RomA regressar, mesmo quando só os ouvidos percebem RomA na sua costumada vinda para casa.
Vem sem admiração. 
Eu espero. Espero todos os dias.
RomA vem a recolher-se no afago da casa. Basta-lhe o simplismo do afago morno da casa.
E tudo está bem.

RomA regressa todos os dias a casa...

(... mas não vem a acomodar-se no ânimo da minha alma... mas não volta a consolar-se no fogo do meu corpo... e tudo está frio...)

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RomA volta sempre para casa... 

Eu não espero RomA voltar para casa.

Eu não espero. Não espero dia nenhum.