(Leda e o Cisne - Peter Paul Rubens, óleo sobre painel, c. 1602
The Museum of Fine Arts - Houston, Estados Unidos)
A Requiem for Lust
"I fear I am writing a requiem for myself..."
(W. A. Mozart)
Tirarmos a roupa sem pensar,
a loucura do impulso as consequências… ignorar!
em qualquer momento, em todo o tempo,
por qualquer brecha devorarmo-nos em beijos
sempre um desassossego a açoitar-nos o desejo,
em qualquer momento, em todo o tempo,
sempre loucos e sempre com espaço
em todo o lugar com qualquer traço,
em qualquer momento, em todo o tempo,
o corpo a corpo na mesma linguagem
o juízo cedendo ao corpo numa voragem...
a vontade de...
tremer...
suar...
gemer...
arranhar...
morder...
gritar...
desfalecer...
tanto magnetismo na pulsão,
a revolver o mau em bom,
a revolver o frio em calor,
(e que não é paixão!?...)
a vontade de incendiar,
a vontade da chama acesa manter!
tanto, mas tanto arrebatamento!
e no final de todo esse boom,
no final tu nem vês, amor,
o corpo desta alma que excita num tormento
este outro corpo em desejos a arder!...
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(se sentes, tão bem, os murmúrios do meu corpo
por que não escutas, também, as palavras da minh' alma?)
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mirando, na noite despida,
os despojos das carcaças vazias,
nas cinzas do desejo jazidas...
é morta toda a Poesia.
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