quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

(Foto: celine)

"1 
No espaço de um relâmpago
os olhos reflectem os navios

O silêncio brilha acariciado.

O silêncio é de todos os rumores 
o mais próximo da nascente.

Só água era, e sem memória.

Claridade sem repouso, ó claridade,
aguda nos juncos, nas pedras rasa.

6
No ardor dos cardos
que o vento faz casa.

Da pedra ao sal, do sal à espuma,
amo a pobreza e a brancura."

(Eugénio de Andrade, "As nascentes da ternura" in Ostinato Rigore)

 


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